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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Acontecimento



  Estava indo para aquele lugar. Não sabia se era o certo a fazer. Queria tentar, mas estava com medo, mas eu não podia desistir, pelo menos não agora.
  Estava toda arrumada , cabelo perfeitamente alinhado, aquele vestido grande, exagerado, mas lindo, meu sapato com o salto mediano, minha maquiagem, que acentuava a área dos meus olhos, com um rosa claro e o preto que sublinhava o contorno do meu olho, meus cílios estavam maiores que costumavam ser, mais pretos.
  Sim, eu queria aquilo, mas será que agora, isso era tão necessário naquele momento. Porque se eu fizesse aquilo agora, não teria mais chance de desfazer ou de refazer.
  Pedi, para que o motorista que me levava, parar para eu tomar um ar fresco e pensar direito. Desci do carro. Logo ali em frente havia um banco, feito de uma madeira, clara, com os braços de ferro, um ferro preto, o banco estava em frente do mar, que estava, calmo, em um azul esverdeado, que refletia aquele por do sol, que deixava o céu roxo, e o horizonte alaranjado. Esse lugar era perfeito para tomar um ar fresco, mas mesmo sendo lindo aquele lugar, eu não tinha muito tempo, eu realmente precisava ir. Sim já havia pensado bastante nos prós e nos contras.
 Agora sim, eu realmente podia ter certeza do que queria, estava pronta para qualquer reação, minha ou das outras pessoas, agora eu estava mais calma, agora, eu conseguia e podiam continuar meu caminho.
 Então decididamente me levantei do banco, erguendo a barra do meu vestido para que eu pudesse  andar mais facilmente, andei em direção ao carro, que estava parado já há um tempo, a minha espera, mas, quando estava chegando a grande carro, preto que me esperava. Aconteceu...

"ATORA"

  
-Qual o nome daquela ATORA, mesmo??
-ATORA!!!!?????!!!!!
-É!!!
 Um minuto de silêncio.
-Você quis dizer atriz?
-Não!! Quis dizer ATORA, o certo.
-Não, não claro que não!!!! 
-Claro, que é certo ATORA!
 Mais um minuto de silêncio.
-Você é burra??!!?? Não consigo compreender o que você está falando, porque você não sabe pronunciar as palavras.
-Não é ATORA o jeito certo?
-Não! Claro que não!
-É atriz??
-Sim, claro né mane! Você já ouviu alguém falar ATORA?
-Eu tenho quase certeza que é ATORA.
-AHHHH MEUS DEUS! Só uma coisa, em que ano você está?
-Oitavo, porque??
-Acho que você está precisando voltar para o G.I.
-AHH, para de ser chata!!! Eu cometo erros, ok??
-Eu não estou sendo chata, só estou sendo esperta. Mas agora chega de falar do seu erro, e vamos embora que se não a gente chega atrasadas no filme, e e não quero perder nem um minuto desse filme, porque tem a Jennifer Lawrence, e ela é minha ATORA preferida!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Balões Coloridos

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 Meu cachorro, mediano, cor de bombom, companheiro, carinhoso e brincalhão. Sempre foi daqueles medrosos, bobões, preguiçosos, presunçosos. Medo de trovão, raio, gato e água.
 Um dia estava eu, minha mãe e meu irmão, fazendo uma festa, surpresa, para a amiga da minha mãe.
 Enchíamos, balões, de diversas cores. Meu cachorro, como já era de se esperar, estava muito alegre, também pudera, ser um cachorro e ver aquelas coisas coloridas, leves, que com um toque, simplesmente voavam, se fosse eu, no lugar dele também ficaria feliz. Ele, estava agitado, ansioso, surpreso. Nunca havia visto ele tão alegre. Realmente, balões sempre deixam as pessoas e os animais mais felizes. Ele, se divertia, corria, para aquele amontoado colorido e dispersava os balões. 
 Eu, estava muito intrigada com aquela cena, era muito bonita vê ela, era inocente, era acolhedora. 
 Quando de repente algo me chamou a atenção. Meu cachorro agora não estava mais correndo para os montes coloridos, ele agora se concentrava em um balão, vermelho. Dava cabeçadas e patadas no balão, e aí por algum motivo, meu cachorro imprensou o balão vermelho contra a parede branca, sua cabeça depositava toda a sua força no balão.     
 Sabia qual resultado aquilo daria, mas estava concentrada demais impedir. 
 Então algo me arrancou dos meus pensamentos, um barulho um tanto quanto perturbador, um tanto quanto irritante. Um som alto, que me dava calafrios, o som do  balão, vermelho, estourando. E logo depois um som mais baixo, mas mais agonizante que  o outro , o som da cabeça do meu cachorro se colidindo, contra a parede. Rapidamente, me pus de pé e peguei ele no colo, seu choro ecoava de sua garganta, parte de mim estava com pena, mas a outra achava engraçada, a cena que acabara de ver. 
 Meu cachorro depois disso continuaria tendo medo de trovão, raio, gato e água, mas agora seria isso tudo e mais o medo de balões, principalmente os coloridos.


segunda-feira, 11 de março de 2013

Sorvete do Urso


  Entrei na loja, e logo de cara me deparei com aquele mínimo cubo, cor de verde musgo, que refletia a luz da lâmpada.  Mas aquilo não era o que chamava mais a minha atenção, o que me chamou realmente a atenção, foi aquele símbolo, que já me era familiar, o círculo preto em contraste com o verde musgo. Nesse círculo preto, havia um urso, branco, em volta do urso, com letras maiúsculas estava escrito: DILETTO Gelato Italiano. Na mesma hora pensei, Sorvete do Urso.
  Então, parei na frente daquele freezer. Vi aquele menu, dividido, em 12 quadrados, cada quadrado de uma cor diferente, com nomes diferentes. Havia 12 tipos de picolés. Mas sabia quais eram os meus dois preferidos. Como eu queria um daqueles. Podia ser o de morango, com pedaços de morango de verdade, um sorvete cremoso, delicioso. Talvez o de chocolate, 100% chocolate, uma delicia também. Cada um com sabor único.
  Olhei aquele freezer repleto dos  picolés mais gostosos que já havia comido. Então não resistindo, sabendo que acabaria pegando um. Abri o freezer estendi a mão, para pegar o picolé, e uma corrente gelada atravessou meu braço, fazendo com que ele se arrepiasse, peguei o de morango, sentido meus dedos congelarem. Olhei sua embalagem, rosa, fosco, com um urso desenhado. Passei a mão por cima da embalagem, tirando o excesso de gelo, e revelando a seguinte frase "La felicità è um gelato".
  Mas nessa hora, minha mãe que estava ao meu lado, que eu já havia me esquecido completamente, olhou para mim, com cara de dúvida, de assustada, daquele jeito que ela sempre faz, levantando as sobrancelhas, arregalando os olhos, estendendo as mãos, sem  mudar de expressão perguntou:
  - O QUE É ISTO???!!!???
  Olhei para ela, depois para o picolé e falei:
  - É o que parece, um picolé.
  Ainda com a expressão assustada, falou:
 - Nem pensar, pode tirar o cavalinho da chuva, se não ele vai se afogar.
 - Mas mãe...
 - Sem mas Luiza, vamos embora.
 Dizendo isso coloquei o sorvete no lugar, e fui embora da loja, deixando o mini cubo, verde musgo, para trás.